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Participe!

O webnário é gratuito, contará com encontros ao vivo semanais, material de apoio e certificado (para quem assistir 100% das aulas).

De 27/out à 24/Nov de 2020

às terças feiras, das 19h30 às 21h30

Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde convida para seu 1º Webnário sobre Direitos Sexuais e Reprodutivos.

As restrições e ataques aos direitos humanos sexuais e reprodutivos e à autodeterminação de todas as pessoas, tem sido variável ao longo da história, da localização geográfica e da cultura de cada local. Governos e ditaduras, mais ou menos conservadores, determinam o quanto de acesso a população terá à seus direitos reprodutivos, e seja em qual sociedade for, muitas vezes as pessoas implicadas nestas decisões não são ouvidas ou incluídas.

No Brasil, a partir da década de 1980, no processo da abertura democrática pós duros anos de ditadura militar, uma parcela da sociedade participou da construção de uma nova organização democrática social. Um exemplo é a construção do SUS (Sistema Único de Saúde), e a participação das organizações de mulheres feministas que contribuíram de maneira imensurável para as novas políticas públicas de atenção à saúde das mulheres. Estas políticas públicas criaram programas específicos, que foram se renovando e modelando com o passar das décadas, até hoje.

Contudo, 40 anos depois da reabertura democrática, nos vemos diante de não só restrição aos direitos reprodutivos plenos, como uma constante ameaça do aumento dessa restrição. Vivemos um aumento da presença de valores fundamentalistas e conservadores na sociedade, principalmente por um viés religioso, que é engrossado pelo próprio governo federal. Porém, estes valores não contemplam a totalidade da sociedade, e em se tratando de uma democracia, debater, ter opção de escolha, ter acesso à informação, conhecimento, poder aprender e ensinar sobre saúde, sexualidade e tudo que envolve processos dentro do próprio corpo, continua sendo fundamental para uma vida mais saudável e íntegra, como garantias do bem estar social.

Diante deste contexto, o Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde, com apoio do Fundo Elas, convida à todas pessoas interessadas para o 1º Webnário Direitos Sexuais e Reprodutivos. Serão 5 encontros online que abordarão temas fundamentais contra os fundamentalismos: sexualidade e gênero, maternidades, violência obstétrica, contracepção e aborto.

O acesso aos direitos reprodutivos, principalmente das mulheres, é sistematicamente dificultado, desde seu nascimento, por meio da medicalização dos corpos, da maternidade compulsória, alienação de sua sexualidade e objetificação. O conhecimento de como acessar, utilizar e propagar estes direitos é uma das maneiras de profissionais engajadas/os com o cuidado da saúde e de todas as pessoas interessadas, defendê-los e buscar formas de acioná-los em seus contextos locais.

Neste webnário, faremos um percurso breve da história que culmina em nosso contexto atual, que levou os movimentos de direitos humanos das mulheres a reivindicá-los, conhecendo as realidades da teoria à prática, trazendo recorte de raça, classe e gênero.

Participe!

O webnário é gratuito, contará com encontros ao vivo semanais, material de apoio e certificado (para quem assistir 100% das aulas).

De 27/out à 24/Nov de 2020

às terças feiras, das 19h30 às 21h30

Confira a programação completa e conheça as convidadas:

1º Encontro – 27 de Outubro – Sexualidade e Gênero

O modo pelo qual cada sociedade pensa e produz o gênero dos sujeitos, muitas vezes a partir de um modelo binário e estático para o qual só existem homens e mulheres, impacta profundamente na forma como vivenciamos nossa sexualidade e na atenção que a saúde oferece (em termos de prevenção, assistência e educação) às populações. Neste encontro, que abre nosso webnário, pensaremos sobre as formas com que produzimos sujeitos generificados ao longo da história e em seus impactos sobre como pensamos a saúde sexual e reprodutiva. Como desviar de modelos informados pela associação entre sexualidade e reprodução, bem como não partir de um olhar heteronormativo?

Simone Diniz
Professora titular do Departamento de Saúde, Ciclos de Vida e Sociedade na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Colaborou por 20 anos com o Coletivo Feminista de Sexualidade e Saúde (1985-2004) em atividade de assistência, pesquisa e ensino.

Coletivo Sycorax
O Coletivo Sycorax é um sabá de mulheres que conjuram traduções. O nome remete à figura da bruxa Sycorax da peça A Tempestade, de Shakespeare. Se na peça ela é confinada a um segundo plano, aqui situa-se no centro da cena, enquanto encarnação de um mundo de sujeitos femininos que o capitalismo destruiu: a herege, a curandeira, a esposa desobediente, a mulher que se encoraja a viver só, a mulher obeah que envenenava a comida do amo e inspirava os escravos a rebelarem-se.
Reivindicando esta figura, situamos nosso processo tradutório como uma ferramenta de militância política, o que envolve pensar maneiras de circulação das obras que questionem a lógica capitalista de propriedade intelectual. A disponibilização gratuita dos livros que traduzimos é condição fundamental de nossas ações. Esperamos que assim os textos alcem vôos pelo Brasil e afora, ampliando o acesso a teorias e práticas que fortaleçam nossas lutas cotidianas!

Moderadora:
Isabela Venturoza, antropóloga, doutoranda pelo programa de Pós-graduação em Antropologia Social da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e mestra em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo (USP). É integrante do Núcleo de Estudos de Gênero Pagu (UNICAMP) e do Núcleo de Estudos sobre Marcadores Sociais da Diferença (USP). Atua como colaboradora da equipe técnica da ONG Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde, onde co-coordena seu Núcleo de Masculinidades (NUM) e facilita grupos reflexivos com homens denunciados por crimes de violência contra a mulher. Entre os principais temas com que tem trabalhado ao longo dos anos, com ensino, pesquisa e extensão, destacam-se: questões de gênero, masculinidades, violências e feminismos.

2º Encontro – 03 de Novembro – Maternidades

Sabemos que assim como há diversos locais de fala e existência das mulheres no mundo, assim também são os lugares da maternidade. A maternidade também é exercida na presença ou ausência de direitos humanos, sexuais e reprodutivos. A maternidade como prática social também profundamente atravessada pelos debates de interseccionalidades. Neste encontro as debatedoras versarão sobre mulheres, maternidade, práticas e proteção social.

Giorgia Carolina do Nascimento
Bacharel e licenciada em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas e doutoranda em Antropologia Social pela mesma instituição. Faz parte do Núcleo de Estudos em Espiritualidade e Saúde e também do Comitê Técnico Municipal de Saúde da População Negra de Campinas. Desenvolve pesquisa na área de Antropologia da Saúde, com foco nas temáticas de gênero, parto, maternidades, saúde reprodutiva e da população negra.

Alyne Fernanda Siqueira da Silva
Psicóloga graduada pela Universidade Paulista (2014), pós graduada em Psicologia e Maternidade pela Universidade de Araraquara (2017), pós graduada em Psicologia na Saúde Reprodutiva da Mulher e Psicologia Hospitalar pela FCM/UNICAMP (2018). Atuação a profissional no SUAS na proteção social básica de 2015 a 2020.
Atuação profissional no SUS durante programa de aprimoramento profissional CAISM UNICAMP 2017 a 2018.

Ariana Oliveira Alves
Atualmente é doutoranda em Ciências Sociais pelo Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade Estadual de Campinas (PPGCS/Unicamp) na linha de pesquisa de Estudos de Gênero (Pagu). É mestra em Antropologia Social pelo Programa de Pós-graduação em Antropologia Social (PPGAS/Unicamp). Possui graduação em Ciências do Estado pela Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG (2013 – 2017). Integra, ainda, a Coletiva em apoio às Mães Órfãs de Belo Horizonte (MG). Vem se dedicando à pesquisas em e sobre maternidades, famílias e infâncias, com ênfase para as relações de gênero, processos de Estado e etnografia de documentos.

Moderadora:
Thais Machado Dias é médica de Família e Comunidade. Mestre e doutoranda em Saúde Coletiva com ênfase em gestão e planejamento de política pública pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Tutora de Graduação e residência médica em Medicina de Familia na UNICAMP Compoe o Coltivo Feminista Sexualidade e Saúde desde 2017, foi parte do GT Maternidades da Defensoria Pública do Estado de São Paulo de 2017 a 2019.

3º Encontro – 10 de Novembro – Violência Obstétrica e Plano de Parto

Este termo foi cunhado para descrever abusos e desrespeitos praticados por profissionais da assistência obstétrica contra mulheres, bebês e famílias em seu período gravídico-puerperal, especialmente durante o trabalho de parto e parto. É mais uma herança das diversas violências de gênero e raça que atravessam, principalmente, os corpos mais socialmente vulneráveis.
Neste encontro, conversaremos sobre estes recortes de classe, raça, etnia e gênero nestas violações de direitos. Suas bases sociais, da medicalização do parto e nascimento, e formas de promover e buscar mais autonomia e protagonismo durante a experiência de parturição.

Mayara Custódio
Mestre em ciências, trabalhadora do SUS, e parteira na coletiva Maoni – gestar e nascer.

Denise Yoshie Niy
Mulher, mãe do Murilo, integrante da Parto do Princípio e do Grupo de Estudos Gênero, Evidências, Maternidade e Saúde (Faculdade de Saúde Pública da USP). Editora pela ECA/USP e mestre e doutora em ciências pela FSP/USP.

Moderadora:
Letícia Ueda Vella, feminista, cisgênera. Advogada formada pela Universidade de São Paulo, com especialização em direitos humanos e Doula pela Coletiva Multiplicando Doulas. Compõe o Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde com atuação focada na promoção e defesa de direitos das mulheres, especialmente no campo de direitos sexuais e reprodutivos e violência de gênero.

4º Encontro – 17 de Novembro – Contracepção hormonal e não Hormonal disponíveis no SUS

Embora seja de suma importância a integralidade nos atendimentos de planejamento reprodutivo, sabemos que existe ainda um abismo na oferta dos diferentes métodos a todas as pessoas que ciclam e desejam evitar uma gestação. Seja por uma hegemonia do uso da pílula, pressão e influencia da indústria farmacêutica, mitos relacionados ao DIU, falta de acesso às consultas no SUS ou obstáculos cada vez maiores para a esterilização quando desejada, são muitos os fatores que fazem com que a contracepção não seja discutida e debatida amplamente junto aos pacientes para que estes possam escolher seus métodos verdadeiramente com embasamento e acesso a informação de qualidade. Neste curso desejamos conversar sobre os desafios para atingir essa integralidade nos atendimentos, problematizar a hegemonia dos métodos hormonais, explicar e tirar dúvidas sobre os métodos não hormonais, seus mitos, técnica e eficácia.

Halana Faria
Médica Ginecologista e Obstetra formada pela UFSC. Mestre em Ciencias pela FSP/USP. Atua no Coletivo FEMinista SExualidade e Saúde. Integrante da REde FEminista de Ginecologistas e Obstetras

Francine Cavaliere
Obstetriz pela EACH-USP. Mestre em Ciências pela FSP-USP. Especialista em Medicina Antroposófica pela ABMA e Doutoranda pela EE-USP. Atuou 6 anos como obstetriz na Casa Angela e atualmente compõe o grupo Parteiras LaMare como parteira domiciliar.

Moderadora:
Luiza Cadioli, feminista, cisgênera. Médica de Família e Comunidade formada pela Universidade de São Paulo. Compõe o Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde, e atua na UBS do Jardim D´Abril.

5º Encontro – 24 de Novembro – Abortar no Brasil

O aborto é um evento que faz parte da vida reprodutiva das mulheres. No Brasil, a Pesquisa Nacional do Aborto de 2016, concluiu que de 1 a cada 5 mulheres fez ou fará um aborto durante sua vida reprodutiva. Este alto número reflete a própria ausência de assistência do planejamento reprodutivo que resulta em gestações não planejadas que, no Brasil, ultrapassam metade das gestações. E como estas pessoas praticam o aborto em um país que ainda mantém uma legislação de 1940 que criminaliza esta prática? Quais as estratégias utilizadas para garantia do acesso ao aborto de forma segura?
Neste encontro conversaremos um pouco sobre o aborto previsto em lei, a entrega protegida (entrega para a adoção) e o aborto clandestino.

Mariana Prandini Assis
Advogada popular feminista, integrante do Coletivo Margarida Alves. Doutora em Política pela New School for Social Research.
Aguardando confirmação segunda convidada

Patrícia Félix 
Graduada em Enfermagem pela Universidade Federal de Minas Gerais (2019). Integrou o Grupo de Estudos sobre Psicologia e a Questão do Aborto na América Latina (2017). Participou da organização do I e II Encontro Nacional de Pesquisa e Ativismo sobre Aborto (2017; 2019). Desenvolveu pesquisa na área de Aborto no Brasil. Atualmente trabalha como enfermeira no Consultório de Rua da Prefeitura de Belo Horizonte.

Moderadora:
Ellen Vieira é parteira obstetriz, integrante do Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde.

Rua Bartolomeu Zunega, 44 Pinheiros – São Paulo/SP
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